22 de julho de 2007


Abro uma garrafa de vinho,
Tinto,
Da cor de sangue...
Acendo um cigarro...
A fumaça impregna o ar.
Um gole de vinho,
Um trago no cigarro...



As lembranças divagam...
Voam de um lado para o outro...
Revivendo os fantasmas do passado.
Espantando o tédio do presente...
Destruindo as esperanças do futuro...


O vinho escorre suave pela garganta...
O efeito narcótico do tabaco ameniza a dor...
Vem uma sensação de paz...
De felicidade...
Vaga...
Cinza...



Um quadro na parede...
Uma pintura abstrata,
Formas distorcidas...
Uma imagem se forma...
Embriagada pelo álcool...
Ela dança!


Sua nudez linda,
Seduz...
Feito ninfa,
No jardim do Éden...
Canta um canto de sereia...
Atrai para o abismo,
Naufrago em sua melodia,
E entorpeço...
Adormeço...


Choro de saudade...
Acordo,
Acordo na realidade,
Vermelha, cinza
E sóbria de não ter o que fazer.

8 de junho de 2007

Asas Escarlates


E as asas

Escarlates

Alçaram vôo.

Um vôo seco,

Tentaram em vão

Atingir a imaginação...





Uma nuvem distorcida

Desenhada no infinito

Mostrava uma imagem...

Fuligem,

Vertigem...





O rio passava em curvas

Sinuosas, tortas

Cortando a terra,

Sulcando os veios

Sangrando em torrentes,

Vertentes,

Indigentes...





A prisão exalava um cheiro

Ocre e doce,

E triste...

E as mascaras escondiam

Os rostos, marcados pela dor

Da perda do amor...