30 de setembro de 2008

O pé de jaca do vizinho

Era uma vez...
Um pé de jaca
No quintal do vizinho.
Que pé de jaca bonitinho...
Nos seus galhos um montão de passarinhos.

Quanta jaca!
Ah! Meu Deus era jaca demais!
O vizinho era um cara gordinho...
Que vizinho bonitinho...

Num belo dia,
Veio o Zezinho,
Na sua mão um motorzinho...
Ah! Meu Deus que motorzinho barulhento!
E começou...
E rapidinho acabou...

Que tristeza...
Dá uma agonia...
Uma vontade chorar...
O pé de jaca não está mais lá...
Em seu lugar,
O vizinho gordinho,
Que agora já não é mais bonitinho,
Fez um chiqueirinho...
Resolveu criar porquinhos.
Disse que era pra ganhar um dinheirinho...

Ah! Meu Deus...
Que vizinho malvadinho,
Cortou o pé de jaca
Só pra encher seu cofrinho...

29 de setembro de 2008

Às vezes naufragamos no oceano chamado mulher,
Afundamo-nos em suas curvas tempestuosas,
Deixamo-nos encantar pelo seu canto de sereia.
Pulamos no abismo de seus olhos,
Perdemos o fôlego deitados em seus lábios...
Tornamo-nos passivos e descontrolados em suas ondas de sedução.
Entorpecemo-nos na imensidão do azul do seu mar...
E padecemo-nos nas ilhas dos seus segredos.
Ah, Netuno! Rei dos mares,
Que fera ou quimera criastes?


25 de setembro de 2008


Quando o véu da noite

Encobre a face do dia,

Muitas almas choram,

Muitas almas riem...





E o vazio gritante da solidão,

Acaricia os cabelos,

Percorre o corpo

Fazendo-o arrepiar.



Os olhos fixos em uma foto...

Um passado congelado,

Lembranças petrificadas...

E lágrimas vertem,

Buscando aquele sorriso

De segundos...

Roubados por um flash.

17 de setembro de 2008

O amor e a tela...




Nada se compara a beleza de um olhar,
Sincero, honesto e tímido.
Intenso e iluminado,
Talvez por brilho próprio dos anjos,
Ou pelo brilho da paixão.
Não importa...


E quando o brilho do olhar,
Funde-se com o encanto do sorriso?
Como explicar isso?


Estrelas e sóis...
Arco-íris,
Flores
E perfumes
Inebriantes...
Embate entre razão e emoção.


E quando o amor pinta uma aquarela?
Como é a tela?
Suave como um sussurro ao pé do ouvido...
Intenso como a passagem de um furacão...
Entorpecente como o ópio...
Em cores vivas?
Preto e branco?
Concreto ou abstrato...
Pintura ou retrato?

E se a felicidade grita:
Sou feliz...
E triste...
E o amor responde:
Sou o corretivo da tristeza!
O carrasco da solidão!
Como se explica isso?

Ela...


Que mulher é essa que encanta
Mesmo fazendo careta?
Sem ter medo ou vergonha
De mostrar sua cara,
Sua alegria...
Como consegue ser a simetria perfeita?
De sorriso,
De alma,
De olhar...
Ah! Que olhar...
Que hipnotiza e chama...
Sem mesmo saber quem é...
Espontânea sem ser hipócrita,
Bela sem superficialidade...
Linda sem rodeios...
Por que fez meu coração acelerar?
Nem respostas tenho...
Quem lhe deu o direito de roubar meu sono?
Morfeu?
Chame Afrodite, ou Vênus...
E devolva-me...
Ah...
Bela mulher...
Devolva-me o sono...
Preciso buscar seu sorriso...

15 de setembro de 2008

Ilusão




Ilusão de poder
Estampada na arrogância.
Ilusão de beleza
Incrustada na
Prepotência
Da nobreza...
Ilusão do amor
Escondido em um
Quarto de motel,
Cantado em uma
Vitrola de bordel...
Ilusão de ser
Em uma sociedade
Devastada pela
Futilidade do
Aparecer...
Ilusão de voar
Com as asas
Podadas pelo medo
De sonhar...
Ilusão de vitória
Quando o ouro
Compra a Glória...

Ilusão de honradez
Onde governa a
Insensatez...
Ilusão de felicidade
Transbordando
O cálice da
Falsidade...
Ilusão de ser
Homem
Onde o homem
Mata o homem...
Ilusão de ser
Deus
Em terras
De ateus...
Ilusão de ser alguém
Evaporado na
Fumaça de
Ninguém...
Ilusão,
Doce ilusão
De ter
Um só
Coração...

Amor além do amor

Preciso de um amor
Que me faça sorrir
De novo...
Que me mostre
A beleza das coisas
E a simplicidade
De viver...
Sem culpas,
Sem frescuras,
E mesuras...
Que me faça
Perder o medo
De ter medo,
De ficar sozinho,
Chato,
Frustrado,
Enraizado,
E seco...
Que me traga
A vontade de
Olhar para
O espelho
E admirar o reflexo
Do meu rosto
Enrugado pelo tempo...



Preciso de um amor
Que encontre graça
Em minhas piadas
Sem graça...
De alguém que
Afague as minhas mãos
Acaricie meus cabelos
Salpicados
De branco...
Que escute com atenção
Minha voz engrolada
E abafada pelo
Choro guardado
Por vergonha de chorar...
Que aceite meus defeitos
E vícios
E os comungue comigo...
De alguém que me olhe
Com paixão
E desejo...
Que sinta falta
Dos meus beijos...
Que aceite minha
Estranha e única
Maneira de ser e viver...



Preciso de alguém
Que cante minhas
Músicas,
Que se encante com
Meus versos
Descompassados...
Que me mostre
O sol,
Que me ajude a contar
As estrelas,
E pintar
A luz da lua...
Que roube uma rosa,
E me convide para namorar
Sob a chuva...
Que durma todas as
Noites
Ouvindo
As batidas cansadas
Do meu coração...



Preciso de um amor
Que me transforme
Em menino,
Tímido,
Com medo do primeiro
Beijo...



Preciso de um amor
Constante,
Insinuante,
Provocante,
Que liberte
A libido,
Os gemidos,
Extasiante de um sexo
Ardente...
Preciso de um amor
De uma amante,
Que se entregue
Sem pudor...
De um amor
Que seja
Além do amor.